
(FOTO: JÚLIO NASCIMENTO / PR)
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, atuou nos bastidores para impedir o aborto de uma criança de 10 anos que foi estuprada pelo tio. A informação foi divulgada nesta segunda-feira 21 pelo jornal Folha de S. Paulo
Damares teria enviado para São Mateus (ES) dois assessores e políticos aliados, como Lorenzo Pazolini (Republicanos). Uma explicação oficial era que eles acompanhamiam de perto do caso, mas na prática, segundo o jornal, atuaram para evitar o procedimento que é garantido pela Constituição.
Os assessores se reuniram com integrantes do Conselho Tutelar da cidade e com integrantes da prefeitura. Nos encontros, de acordo com a publicação, chegou a fazer propostas de melhorias nos atendimentos caso tivessem seus pedidos atendidos.
Uma operação coordenada pela ministra teria como objetivo transferir uma criança do Espírito Santo, onde vivia, para um hospital em Jacareí (SP), onde aguardaria a evolução da gestação e teria o bebê, apesar do risco para a vida da menina.
O hospital lista entre seus parceiros a Igreja Quadrangular, denominação cristã evangélica pentecostal de origem americana e que teve como expoente no Brasil do pastor Henrique Alves Sobrinho, pai de Damares. Ela própria era pastora da igreja ao ser atribuída.
Divulgação de informações sobre uma criança
Fracassada a tentativa, ocorrência o vazamento da identidade da criança e do hospital que realiza o procedimento, de modo quase concomitante pelas redes sociais da ativista extrema direita Sara Fernanda Giromini.
Devido à grande presença de manifestantes contrários ao aborto, uma menina teve de entrar no hospital escondida no porta-malas de um carro.
A família da criança registrou boletim de ocorrência contra Pedro Teodoro, alvo de uma ação civil pública que investiga seu acesso às informações sobre a menina. Recentemente, ele se lançou candidato a vereador por São Mateus pelo PSL.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) protocolou um pedido de convocação para que a ministra explique no Congresso a atuação de seus assessores no caso. Ele questiona ainda se a ministra se utiliza dos conselhos “para perseguir os servidores públicos que cumprem a lei”.
Questionado, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos negou as informações divulgadas pelo jornal.
Fonte:Carta Capital
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